terça-feira, 25 de agosto de 2009

Vazadinha do Mês

- Pele humana é impermeável?

- É. Ou quando você toma chuva você fica cheio de água?

- Não, não fico. Mas não sabia que era a pele que protegia. Achei que pudesse ser uma camada protetora que fica embaixo da pele. Ou, talvez, que o sangue fosse impermeável, sei lá.

- Como o sangue seria impermeável, sendo que ele é molhado? É o mesmo que você dizer que a água é impermeável. Não funciona. 

- A água é permeável?

- A água é o diabo do agente permeabilizante. 

- Bom, mas de qualquer forma, a pele é impermeável, certo?

- Certo.

- Por que será que nunca usaram pele para fazer guarda-chuva?

- Olha, acho que o Leatherface começou com esse tipo de ponderação e quando viu estava fazendo sofá e abajour com pele humana.

- Mas é sério, pensa bem. E não é só guarda-chuvas que daria para fazer com pele. Como trata-se de um tecido resistente, acho que daria para fazer cinto de segurança e até mesmo corda para rebocar pequenos automóveis. É uma espécie de tecido tudo em um, serve para proteger da chuva, para rebocar carros e para garantir a segurança de pessoas dentro de carros.

- Não sei não, mas acho que o pessoal do Greempeace iria chiar com a sua idéia.

- Ia nada. Se eu estivesse falando de pele de mico leão dourado ou de jacaré de papo amarelo, aí sim, eles implicariam. Mas estou falando de pele de gente. E todo mundo sabe que, para gente, eles estão cagando e andando.

- Cagando, recolhendo as fezes em saquinhos biodegradáveis e andando, eu diria.

- Isso se estivéssemos falando de micos leões e de lobos guarás. Para pessoas, eles cagam e andam mesmo. Olha só, outra vantagem de usar pele humana para várias coisas: limpa fácil. Se cair vinho no seu sofá de pele de gente, basta usar um sabonete qualquer, tipo Palmolive. Graxa? Sabão. Tinta? Sabão. 

- Queimou? Pasta de dente.

- Dizem que isso é lenda urbana. Que pasta de dente não funciona para queimaduras. Acho que, em caso de queimadura no seu guarda-chuvas de pele ou no seu sofá, só tem uma saída.

- Qual?

- Panela.

- Como?

- Aproveita que queimou e frita. Vira uma bela de uma torresmada humana. Dá para servir as visitas.

- Que vão ter que comer em pé, né? Porque o sofá foi para o saco.

- Ah, mas tem as cadeiras da cozinha. Aliás, osso é bem resistente, né?

- É. Se você não for aquele coitado daquele filme do Shamalayan

- Daria para criar umas cadeiras de osso. Cara, eu acho que esse nicho inexplorado pode me deixar rico. 

- Daqui a pouco você vai falar que cabelo humano vira tapete, que os olhos podem virar bolinhas de gude para as crianças e que os dentes, colocados em um aparato propício, virariam ótimos moedores de carne.

- Credo! Eu não iria tão longe. Mas acho que pele tatuada seria mais cara. A completamente lisa também teria mais valor de revenda. Pele de segunda mão, cheia de marca de espinha ou com pé de galinha, estria e rugas seria mais barata. Agora, a dúvida, onde eu compraria pele?

- Olha, acho que você teria que roubar em necrotérios ou em cemitérios. 

- Ah, é? Mas eu tenho medo de morto. Queria comprar a pele de algum vivo. Não rola?

- Ao que me consta, não dá para viver sem pele. E, se dá para viver, não dá para viver muito bem.

- Eu achava que eu ofereceria uma grana e a pessoa me daria a pele. Não tinha realmente pensado no operacional. Nesse caso, acho que não vai rolar.

- Não. A não ser que você queira pegar umas peles na marra, com uma motossera ou coisa assim.

- Não, não. Odeio violência. Vou ter que pensar em algo para substituir pele humana. E se eu pegar pele de algum bicho?

- Problemas com o Greenpeace.

- E se eu pegar pele de algum bicho e disser que é de gente?

- Você pega a pele de um sapo e diz que pegou do Hulk?

- Será que cola?

- Tanto trabalho... Por que você não aposta em algo mais tradicional?

- Prostitutas de luxo, escravas brancas, armamento pesado e drogas sintéticas?

- Isso, algo assim.

- Vou pensar a respeito. 

Um comentário:

Rogéria disse...

Bucha, seu cérebro é absolutamente permeável a bobagens. E, pelo jeito, tá chovendo merda em São Bernardo. Animal o diálogo!!! E ainda reviveu a história da impermeabilização, que é um verdadeiro clássico dos anos 90.