- Tem um amigo meu que tem uma teoria sobre a Dona Canô.
- Que ela não é a mãe biológica de Caetano e Bethânia? Compartilho com a opinião.
- Como é?
- Tá na cara que ela não é a mãe deles. Foi adoção ou chocadeira.
- Olha, ele nunca falou sobre isso. A tese dele é que para qualquer assunto mundial, quando a imprensa não tem a recorrer ou mesmo quando tem, dá uma entrevistada na Dona Canô.
- Sabe que tem ele tem certa razão.
- Pois é. Pensei nisso hoje, quando a vi comentando o casamento real.
- Por falar em casamento real, agora que já foi, é só esperar o divórcio surreal e partir para o abraço.
- Como é que é?
- Agora é aguardar o divórcio surreal e partir para o abraço.
- Tipo um frango depenado fazendo o desquite?
- Isso. Ao mesmo tempo em que o príncipe canta Touradas em Madri de sunga e a até então princesa, caminhando no teto e petecando um dente canino com a perna esquerda, recita "Fogo na bomba". De trás para a frente.
- Com muita pompa e glamour, groselha é servida para os convidados, todos muito semelhantes aos Curly, dos 3 Patetas.
- Na hora de dizer "aceito a separação", o princípe sopra uma língua de sogra e se dá por feliz.
- No momento em que se tem de assinar os papéis, a até então princesa, vestida com um macacão que ganhou na promoção "Visite Perus com o Molejão", tira uma BIC quatro cores do bolso mas a tinta verde acabou e ela não consegue escrever.
- Aí há muito corre-corre, muito diz-que-me-disse, intervenção da turma do deixa disso, ação pessoal dos panos quentes, e, na confusão, em vez de assinar o divórcio, ela escreve uma receita de pudim de pão.
- E acaba a cerimônia. Ambos continuam casados, mas agora com um contrato de pudim de pão de gaveta. Daqui para a frente, o primeiro que pedir desquite será obrigado a comer o doce mais esúpido inventado pela humanidade.
- Fios de ovos?
- Não, pudim de pão.
- E os fios de ovos?
- A princesa guardou a receita, para quando eles forem fazer a adoção surral.
- Não seria surreal?
- Não, surral mesmo. A criança vai apanhar para porra. Chute, soco, tapa, dedo no olho.
- Nossa, esse casal é brabo, né?
- Realcionários, praticamente.