domingo, 27 de dezembro de 2009

O Caso Sean Deveria Ser Resolvido no Ratinho

- E aí, como foi o Natal?

- O Natal em si, foi ok. Já os traslados, um tanto estranhos.

- Resuma.

- Bom, peguei o ônibus rumo ao Paraná na Barra Funda. Foi quando descobri que a Barra Funda é mesmo muito, muito funda. 

- Por quê?

- Cheguei cedo para esperar o ônibus e sentei no chão, com minha mochila ao lado. Aí, à minha frente, uns dois metros, notei uma moça até que bem feia que ia começar a comer uma coxinha.

- Sei.

- Entrei em uma espécie de transe hipnótico a observando. Só despertei porque uma freira com uma costeleta enorme, que bem poderia ser confundida com o Elvis disfarçado de religiosa, tropeçou na minha cabeça.

- Devo dizer "que sorte" ou "que azar"?

- Sorte. Porque quando acordei, vi que se passara uma hora e estava quase no momento de pegar o busão.

- Rapaz, a irmã Presley te salvou.

- Sim. E mais: quando olhei para a frente, a mulher ainda estava na METADE da coxinha. Vai comer devagar assim no inferno.

- Não blasfema. A irmã Presley não ia curtir. Te daria uma bica na cabeça com sapato de camurça azul se ouvisse você falando isso. 

- Na volta da viagem, a coisa foi um pouco mais estranha. O ônibus quebrou duas vezes, conheci um declamador fanático que sentou uma cadeira atrás da minha e, ao meu lado, veio uma caixa lacrada com silvertape. Às vezes, o que quer que houvesse lá dentro rosnava.

- Credo.

- E quando rosnava, saía uma aguinha debaixo da caixa. Acho que era baba do que quer que estivesse rosnando lá dentro.

- Deus! E não dava para trocar de lugar?

- O único lugar disponível no ônibus todo era ao lado do declamador fanático. Preferi pegar hidrofobia daquilo que estava rosnando e babando dentro da caixa do que ouvir, por 12 horas, como o tal declamador era bom em fazer dobraduras com canudos plásticos.

- Ele falava isso?

- Ele falava sobre tudo. Mas olha que interessante: na segunda vez que o ônibus quebrou, estávamos pertinho, a uns 30 minutos, da rodoviária. O motorista conseguiu estacionar na frente de um batalhão de polícia, na marginal Tietê. 

- Sei. 

- Aí, todos descemos e esperamos o busão reserva. Mas uma loira que estava com mais pressa, ligou para o namorado buscá-la. Chega o namorado para pegá-la em um carro sem placa. Pronto, a poícia foi lá averiguar o cidadão. 

- Que sinuca!

- Aí checa documentos, revista o caboclo. Em resumo: o cara que ia dar carona para a namorada teve o carro apreedido e teve que esperar o ônibus reserva, como todo mundo, para ir embora.

- Hahaha. Que ironia.

- Sabe o que é pior?

- O que?

- Já te falei que o único lugar vazio no ônibus era do lado do declamador fanático? Então, adivinha onde o coitado do carro apreendido teve que sentar...

- Rapaz... e eu perdendo tudo isso, somente acompanhando o caso Sean Goldman.

- Ah, eu só acompanhei por 2 minutos, depois do desfecho. Uma pena, já que eu queria mais informações sobre o assunto. Gosto muito de casos envolvendo barracos de família.

- Eu também. Acho que a TV ficou mais pobre depois que o programa do Ratinho parou de fazer os testes de DNA.

- "E SE FOR TEU? E SE FOR TEU? TESTE DE DNA PRA SABER SE O FILHO É TEU". Essa música era sublime.

- Para mim, o melhor de todos os barracos é o caso Elian. Depois, o do menino Pedrinho. Esse do Sean fica em terceiro. 

- Mas na minha cabeça, tinha um jeito de revolver o problema rapidamente. É simples: duas famílias de países diferentes querem a custódia da criança? Então vai para o país melhor. No caso Sean, tá na cara que devia ir mesmo para os Estados Unidos.

- Hummm.

- Agora, se o pai fosse boliviano ou peruano, daí o Sean deveria ficar no Brasil. Simples assim. 

- E se o pai fosse mexicano e a família, brasileira?

- Aí, apelamos para a sabedoria de Salomão e dividiríamos a criança em questão. Azar dela se os dois países são tão semelhantes. 

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Colaborou, voluntaria e anonimamente, com medo de processos, LS.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Camisa do Flamengo, dias 5,6 e 7

- Finalmente apareceu sem a camisa do Flamengo, hein. Aguentou uma semana certinho, parabéns.

- Obrigado.

- Aliás, eu, se fosse você, ainda a usaria mais um dia. Só de farra.

- Pensei nisso. Mas a Dalva não deixou. 

- Quem é Dalva?

- A mulher que limpa minha casa e lava minhas roupas faz uns 10 anos. No meio da semana passada, depois de me ver sair uns 3 dias com a camisa do Flamengo, ela me ameaçou. Disse que se me visse saindo de casa mais um dia com aquela camisa, ia arrancar à força.

- E essa Dalva tem força para isso?

- Olha, o braço dela dá minha coxa esquerda. Eu já a vi fazendo faxina. Levanta um sofá inteiro com o braço que é o dobro da minha coxa.

- Você disse que era do tamanho, não o dobro.

- Um deles é do tamanho. O outro, o dobro. Ela tem dois, sabe?

- Sei.

- Além do que, uma vez ela deu um cacete no marido que havia acabado de sair da cadeia. Depois de resistir um pouco, achei por bem tirar a camisa antes que eu apanhasse.

- Ela desceu a lenha em um presidiário?

- Ex-presidiário. Mas que antes de tudo era marido dela e se ela não tem direito em bater no próprio marido, quem teria?

- É. Taí um ponto. 

- Então, daí eu sei que ele ficou preso por umas barbaridades que fez. Foi solto e a primeira coisa que fez foi ir para casa. A Dalva deu tanta frigideirada nele que a primeira noite fora da cadeia ele passou na UTI.

- Então fez bem deixar a camisa em casa. Mas como você passou por ela nesses quatro dias restantes?

- Depois do terceiro dia, quando ela me deu esse choque de gestão, eu passei a planejar a fuga direitinho. Quando ela estava distraída lavando roupa ou no banheiro, eu passava correndo pela sala, disparava portão a fora e só parava na esquina.

- O que fazia você suar mais na camisa, claro.

- Sim. Mas é melhor suar do que sangrar nela. O que, aliás, acabou acontecendo em determinado momento do final de semana.

- Ah, é? Ontem a camisa estava nojenta, mas eu estava evitando falar com você porque estava prendendo a respiração. O que aconteceu sexta, sábado e domingo?

- Como te falei, me meti no churrasco da firrrrrma. Depois tentei emendar um show na própria sexta. Não consegui chegar ao show, mas sim ao Carrefour, onde quase acabei com o estoque de cerveja. De lá, casa. De casa, sábado, confraternização de almoço.

- É muita confraternização, não?

- Sim. O pior é que nessa hora, minha calça, que eu só havia usado no dia anterior, estava mais suja que a camisa do Flamengo. Bom, dessa confraternização, outro churrasco. Daí a gente toma um negócio aqui, esbarra na churrasqueira ali, resolve comer carne crua sangrando, e quando vê, a vaca foi para o brejo.

- Isso quer dizer exatamente o quê?

- Que quando acordei no domingo, achei que houvesse um animal morto na minha cama. E errei por pouco: tinha um animal, mas vivo. De dentro da camisa do Flamengo, jogada no chão, saiu um pombo assim que a peguei para vestir. 

- Credo.

- Daí não tive alternativa a não ser vesti-la e sair pela casa à procura do meu celular, da minha carteira e da minha dignidade.

- Sei.

- Achei quase tudo. A dignidade faltou. Deve ter ficado em algum lugar entre sexta-feira, o Brooklin e minha casa. Me movi o mínimo possível no domingo, porque eu estava passando mal e a camisa, cheirando mal. Até que lembrei o lance de tomar banho com a camisa e aproveitar para lavá-la.

- Pelo que vi ontem, não deu bem certo.

- Deu mais ou menos. No domingo à noite, lavei muito bem. Tirei para dormir e, na segunda, ela estava até ok. O problema foi na segunda de manhã.

- O que rolou?

- Bom, acordei e fiquei à espreita da Dalva. Quando achei que ela tivesse entrado no banheiro, corri para o portão. Só que eu calculei mal e ela estava na cozinha. 

- Mamãe!

- Quando eu passei pela porta da cozinha, ela me viu. Não falou nada. Pegou uma frigideira embaixo da pia e se pôs em meu encalço. 

- Compreendo.

- Corri para salvar minha vida. Já estava cagando e andando para a aposta. Então, tirei a camisa, joguei para trás e continuei correndo. Quando virei, vi que a Dalva não estava mais atrás de mim.

- Não?

- Não. Ela parou na altura em que a camisa estava jogada na rua e sambava sobre ela. 

- Que estranho. Ela não queria lavar? E estava sujando mais?

- Quem sou eu para perguntar. Sei que fiquei da esquina vendo tudo. Ela sambou bem em cima daquele trapo rubro-negro. Depois, deu umas figideiradas no pano e voltou para casa. Eu não queria vir trabalhar sem camisa e também não tinha coragem de entrar em casa e pegar outra roupa. Só me restou vir com a camisa pelo sétimo dia. 

- E mesmo assim, hoje, você queria vir com ela?

- Isso. Achei que, de farra, seria uma boa. Mas a Dalva me pegou antes de eu passar pela cozinha. Como eu estava com essa outra camisa por baixo, entreguei a do Flamengo para a Dalva e vim trabalhar.

- Mas, peraí, agora que estou reparando, essa camisa está meio resgada também.

- É que eu não quis entregar a do Flamengo sem luta. Daí sobrou até para essa coitada aqui.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Vem aqui, Fafi






Camisa do Flamengo, Dia 4

- Vou te dar uma dica para você guardar com carinho.

- Pois não?

- Quando você perder uma aposta e tiver que passar uma semana com a mesma camisa, evite fazer muito esforço físico. Principalmente se estiver nos primeiros dias de uso da porra da camisa.

- Sua muito e fode tudo, aposto. De qualquer forma, está anotado. Evitarei. 

- Ótimo.

- Aliás, sua camisa do Flamengo está bem suja, já. Tem uns pretos onde deveria estar vermelho. Parece graxa. E tem também umas marcas amareladas, que dão a impressão que você rolou no trigo.

- Parece, não. É graxa. Impressão, não. É trigo.

- Onde você se meteu?

- Tinha vendido uma máquina de lavar para um camarada e fui entregar. Nove andares para cima e o elevador estava quebrado. Depois, fui acompanhar uns amigos que estavam fazendo cerveja em casa. Veja bem: fazendo. Não bebendo. Aí eles estavam com problemas para abrir o saco de trigo e resolvi ajudar. Quando eu vi, estávamos moendo trigo, cevada, eu e quase o sofá da sala.

- Imagino o gosto que não vai sair essa cerveja.

- Depois que caiu uma furadeira no meio da água em uma das produções e o resultado até que foi aceitável, acredito que é impossível errar na cerveja a ponto dela ficar pior do que a Kaiser. Se enfiarem o Jô Soares na panela que tem cerveja, nem assim estraga a cerveja.

- Que ideia é essa de fazer cerveja em casa?

- Ah, o mercado do faça-você-mesmo é a nova sensação do momento. Depois que aquele chinês criou seu próprio submarino, não há limites para a bricolage.

- Será?

- É sim. Eu faço parte de um grupo de e-mail que discute a produção de cerveja artesanal. Nem sei bem qual era o assunto em pauta, nem a réplica. Mas veja a tréplica do email que recebi faz uns 10 minutos: "Obrigado, amigo. É a mesma que uso para fazer granola e pão integral."

- Granola não se planta?

- Eu achava que sim. Daí, fui surpreendido novamente. Veja o que descobri: a granola é um composto de cinco cereais torrados - aveia, arroz, trigo, milho e centeio -, misturados com mel ou açúcar mascavo e frutas, como uvas passas, flocos de maçã e castanhas. Se fosse pergunta do milhão, do Show do Milhão, tinha perdido.

- Eu também.

- Lendo, descobri que granola é praticamente Corn Flakes.

- E com essa descrição, nem dá mais vontade de comer granola.

- Eu nunca tive muita.

- Mas agora que sabe que não é natural, talvez agrade mais. Você vive dizendo que prefere coisa tóxica.

- Mas é natural pra porra. Se tivesse chumbo ou pólvora na mistura da granola, aí, sim, eu ia simpatizar mais.

- Caldo de galinha iria bem na granola. Aliás, taí um troço bizarro: caldo de galinha. Principalmente porque não é caldo.

- A gente poderia juntar pólvora, chumbo, bacon e galdo de galinha. Grudar tudo com molho especial do Big Mac. E, assim, criaríamos uma alternativa à granola. Seria a granada.

- Ótimo para café da manha no Iraque. Em tempo de guerra, é excelente. Serve de arma ou de alimento, depende só da situação

- Queria falar um pouco mais sobre o caldo de galinha. Debater o assunto até o limite extremo da exaustão.

- Podemos.

- É que ele é realmente bizarro. Não é caldo. E, por ser quadrado daquele jeito, não pode ser nada, nada, nada natural.

- Os caras pegam a porra da galinha e extraem dela um cubinho daqueles, sabe-se lá como. É muito obscuro esse caldo.

- Deve ser uma máquina que espreme a galinha até sair todo o caldo. Aí, colocam numa forminha, jogam argila e pronto, tá feito o caldo.

- Deve ser uma máquina em formato de Gene Simmons usando salto plataforma.

- Esse é o formato da máquina?

- É. Ele pisa nas galinhas pra tirar o caldo.

- Se as galinha tudo vê isso, nem precisam entrar na maquina. Se espremem sozinhas de medo.
O unico trabalho da maquina, por conseguinte, é fazer os cubinhos.

- Galinha é um bicho medroso mesmo. Se é feito um círculo no chão em volta das penosas, não se mexem. Têm medo do lado de fora. E olha que elas estão vendo o lado de fora.

- O azar delas é que dão um caldo muito saboroso.

- Eu acho muito salgado. Mais ou menos tão salgado como está esse diabo dessa camisa do Flamengo. Quer experimentar?

- Você lambeu?

- Dei uma lambidinha, sem querer. Tava cansado de carregar a máquina, coloquei a língua pra fora e, quando vi, tava com ela salgada, encostada na manga da camisa.

- Éca.

- Mas me deram uma ideia para tentar minimizar o cheiro e a sujeira.

- Espero que funcione, porque você já tá quase cheirando a cachorro molhado.

- Ah, é. Esqueci de mencionar que tomei chuva. Bom, então, a ideia é tomar banho com ela. A regra diz que se quiser lavar, tem que ser no banho. Bom, aí faço isso quando estiver próximo de ir dormir, que é quando posso tirá-la. Ai coloco no varal e no dia seguinte, tá seca.

- Parece que resolve. Vai tentar hoje?

- Não. Melhor amanhã à noite. Porque durante o dia terei um churrasco-escumalha da firma, depois show do Lagunna e a coisa tende a piorar bem. Não quero gastar água à toa.

- Faz bem.

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Nota:

- 99%  do texto acima é, sim, uma autêntica conversa DoisVezesUm, já que as tive com Costela.

- Textos Camisa do Flamengo, dias 5 e 6 devem ficar para o dia 7. 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Camisa do Flamengo, Dia 3

- Daqui a pouco essa camisa do Flamengo virá trabalhar sozinha.

- Eu agradeceria. A situação já está ficando insuportável e estou em "uma sinuca de bico", como diria aqueles que gostam de frases feitas. Se eu a uso com uma camiseta qualquer por baixo, esquenta muito. Se a uso diretamente sobre o corpo, suo para diabo e ela vai feder e estará inusável na segunda-feira. É uma escolha difícil.

- Isso me lembra a história do garoto que queria comer uma lesma com sal. 

- Que história é essa?

- É uma espécie de fábula, que minha mãe me contava quando me punha para dormir. 

- Não conheço. Resuma para mim, por favor.

- Era uma vez um garoto chamado Arthur. Ele tinha 8 anos e, como tal, vivia enfiando coisas aleatórias na boca.

- Crianças de oito anos enfiam coisas aleatórias na boca?

- Posso terminar a história?

- Claro.

- Pois bem, ele já havia comido terra, tijolo, aspargos. Uma vez, havia até abocanhado um molde da orelha do Carlos Alberto de Nóbrega, feito em gesso.

- Nossa!

- Pois é. Até que um dia ele ficou com vontade de comer uma lesma. Mas achava que seria algo sem graça e pensou em colocar sal. Mas sabia que se jogasse sal no bicho, ele derreteria. Então, ele ficou no dilema: comer a lesma insossa ou tacar sal e ter que se contentar em água de lesma com sal.

- E o que ele resolveu fazer?

- Aí ele resolveu procurar uma lesma e, quando achasse, decidiria. Procurou no jardim de casa até que a encontrou. Parou e ficou olhando para a lesma, para se decidir. 

- E o que decidiu?

- Passou muito tempo pensando. Pesou prós e contrar. Pensou, pensou, pensou.

- E a lesma não fugiu nesse meio tempo?

- Lesma é um negócio bem lento, como você deveria saber.

- Não sabia.

- Pois é. Então, depois de muito pensar, desistiu da lesma, do sal, de colocar coisas estranhas na boca. Saiu do jardim, arrumou um emprego, casou e, hoje, é um feliz contador que mora em Diadema.

- Ele era uma criança e arrumou emprego?

- Não. Como eu disse, ele pensou muito. Foram anos pensando. Daí, quando se decidiu, tinha já uns 25 anos e estava na hora de trabalhar.  Saiu de casa, alugou um apartamento em Diadema e virou contador.

- Isso não é uma fábula, não é? Você acabou de inventar, não foi?

- Foi. Mas achei que era uma boa história para te contar e te dar alento.

- Alento? Qual seria a moral da história? O que isso tem a ver com a camisa do Flamengo que uso?

- Que você tem tempo para decidir se usará uma outra camisa por baixo pelos próximos dias ou não. E, se não se decidir até os 25 anos, pode virar contador em Diadema.

- Mas eu já tenho 30.

- Nesse caso, se deu mal.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Camisa do Flamengo, Dia 2

- Ainda com essa camisa do Flamengo?!

- Aposta é aposta, meu chapa.

- Vai usar direto, uma semana mesmo?

- Vou sim. 

- Você poderia aproveitar, já que vai ter que usá-la mesmo, e tentar fazer umas combinações de roupa. Sapato vermelho e calça preta, calça vermelha e sapato preto. Tudo preto. Seria legal ir variando.

- Olha, considerando queesta  é mais uma semana de confraternizações, não sei se é o caso de usar preto e vermelho. Na segunda-feira que vem, último dia do pagamento da aposta, essa camisa será a coisa menos vermelha no meu corpo. É certeza.

- É. Ela vai estar zuadaça e puída. Mas pelo menos você pode lavá-la, para não ficar tão fedida.

- Nem isso posso fazer direito. Tem uma cláusula da aposta que somente permite que eu lave esse diabo de camisa embaixo do chuveiro, enquanto tomo banho. Isso, se eu quiser. Ainda não decidi se é uma boa.

- Uma vez, eu e um amigo apostamos quem conseguia ficar mais tempo, durante um carnaval qualquer, sem tomar banho de chuveiro. Sempre que precisássemos, entretanto, poderíamos tomar banho de piscina. 

- Quem ganhou?

- Eu perdi. No quarto dia, não aguentei.

- Tomou banho de chuveiro?

- Nada. Mas levei um xampu para a piscina, para lavar a cabeça. Foi considerado doping e fui desclassificado.  

- Uma vez, em uma turnê ao sul do Brasil, Argentina e Uruguai, fiquei 30 dias com a mesma camisa. 

- Aposta também?

- Não. Bobiça mesmo. Mas eu podia lavar a roupa, pelo menos.

- E você lavava com que frequência? 

- Nenhuma. No único dia que achei a camisa realmente precisava de uma higienização, estava em um hotel que faltou água. Daí, achei uma bíblia.

- E rezou para voltar a água?

- Não. Achei que se colocasse a camisa no meio das páginas da bíblia e a camisa pernoitasse ali, no dia seguinte estaria cheirosa. Sempre tive fé no desconhecido, sabe?

- E ela saiu limpa?

- Nem limpa, nem cheirosa. Mas a bíblia ficou meio prejudicada, em relação a odores diversos. Ela só não ficou inutilizada porque havia uma mesa manca no quarto. 

- Você usou a bíblia para rezar para um marceneiro entrar e consertar a cadeira?

- Não. A usei de calço mesmo.

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Colaboração de @vivoandando em algumas frases e de @binson, que apostou o lance da piscina comigo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Camisa do Flamengo, Dia 1

- Por que diabos você está vestindo uma camisa do Flamengo?

- Uma aposta que fiz sobre futebol, no auge do campeonato.

- No auge do Campeonato Brasileiro?

- Também. Mas, nesse caso em especial, era praticamente o auge de um campeonato de ingestão de cana. Eu estava daquele jeito, com um pé na jaca e com o outro na lama.

- Sei bem.

- Apostei com um amigo que se o Flamengo fosse campeão, eu iria usar uma camisa do Flamengo uma semana, sem tirar. Só posso removê-la para tomar banho e dormir. Apostei também que nunca mais iria falar mal do Zico se o Flamengo beliscasse o caneco. 

- E você vai conseguir cumprir as promessas? Porque não falar mal do Zico é complicado, já que ele era fominha, pé frio, perdedor de penalti nato, jogador de Maracanã e, por fim, invenção da Globo.

- Bom, a aposta era a seguinte: esse meu amigo me daria uma camisa escrito "Zico" atrás se o Flamengo ganhasse. Aí eu a usaria por uma semana e não falaria mais mal dele. Como ele só arrumou uma escrito "Adriano", acredito que ele não fez a parte dele. Logo, só farei meia parte minha: a de usá-la uma semana. Quanto ao Zico, continua tudo igual.

- E esse seu amigo é Flamenguista doente?

- Ele é doente. Mas 33% doente pelo o Flamengo, 33% doente pelo o Vitória da Bahia e 33% doente pelo Palmeiras.

- E o 1% restante?

- Acho que ele tem tosse. Fuma muito. Fica com 1% doente de tosse, pelo cigarro.

- Você tem sorte. Uma vez, no auge de uma bebedeira, fiz uma aposta idiota e tive que ir trabalhar uma semana vestido de camponesa.

- Deus! Já vi que estou no lucro. O que você apostou e perdeu?

- Comentei que estava meio manguaçado, né?

- Sim.

- Bom, então não me julgue.

- Ok.

- Apostei que eu não teria coragem de ir trabalhar vestido, uma semana, de camponesa.

- Esse não foi o pagamento da aposta?

- Então. Eu apostei com um monte de gente que eu não teria coragem de ir trabalhar vestido uma semana de camponesa. E disse que, caso perdesse a aposta, para pagá-la, eu iria trabalhar uma semana vestido de camponesa.

- A aposta e o pagamento da aposta eram a mesma coisa? Como você é burro!

- Cala a boca, "Adriano".

- Não provoca, camponesa.

- Dorothy, por favor.

- Como é?

- A camponesa. Apostei que além de trabalhar trajado de camponesa, as pessoas iriam me chamar de Dorothy. E me chamam mesmo.

- Te chamaram, você quer dizer.

- Por uma semana, eu usei a roupa. Mas o apelido... ah, o apelido. Quando a gente reclama de apelido e vai chorar no banheiro no final da tarde por causa dele, aí é que pega mesmo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O Que Diabos é Imbuir?

- Acabo de gastar R$ 50 em uma loja de macumba. 

- Comprou o quê? Uma encruzilhada inteira?

- Umas ervas, só. Mas a coisa tá cara. Acho que a crise chegou à macumbaria.

- Por R$ 50, você podia contratar um segurança de carne e osso, acho. 

- E como ele vai me proteger de mau olhado?

- Bicho, você gastou R$ 50 em ervas. Está com mau olhado de quem? Do Delfim Neto?

- Não sei. Sei que acordei meio indisposto hoje e achei que era uma boa idéia comprar uns banhos de 7 ervas.

- Você por acaso resolveu comer um frango com farofa em uma encruzilhada ontem?

- Ontem, não.

- "Ontem, não"!? E anteriormente?

- Não posso precisar. Sabe uma coisa que reparei indo até essa casa de artigos religiosos?

- O quê?

- Que o centro de São Bernardo tem a maior quantidade de pessoas com problemas de locomoção que já vi. No caminho, passei por quatro senhoras de andador, três pessoas com muleta,  sete com bengala e até umas duas pessoas com bota ortopédica. Nem consegui contar o número de mancos que vi. Será coincidência?

- Acho que não. O ar alcalino de São Bernardo deve ter a ver com isso. 

- Como assim? O ar daqui atrai pessoas ou as imbui problemas de locomoção.

- Imbui?

- É.

- Bom, não sei o que isso quer dizer. Mas acho que o ar alcalino é o responsável pelo problema. Provavelmente, ele causa as dificuldades de locomoção. Você, por exemplo, anda extreamente devagar. E nasceu aqui, que eu saiba. 

- Aliás, andar por entre esse tanto de transeuntes com problema de meu uma vontade danada de voar. Cansa esbarrar em todo mundo que se encontra. Os mancos, por exemplo, trombei com todos. Eu sempre achava que eles iam para um lado. Quando eu escolhia o outro, eles me supreendiam novamente. Nunca quis tanto voar.

- Eu sempre quis ser dublador de desenho animado. Mas acho que isso não tem a ver com o assunto.

- Bom, eu pedi a Deus, hoje, para me dar o dom do vôo. Ou, no mínimo, uma perna mais curta que a outra. Assim eu mancaria também e não esbarraria nos meus iguais. Mas Deus não me atendeu porque eu estava muito carregado de mau olhado. 

- E você acha que, depois desses banhos de R$ 50, Ele te dará asas?

- Ou encurtará uma perna, não sei.

- Se alguma dessas coisas ocorrer, me passe a lista dos banhos. Ainda acho que não é tarde para eu virar dublador. Ainda mais com um empurrãozinho divino.

- Pode deixar.

- Mesmo porque já tenho experiência no assunto. Uma vez, fiz um curso semi-profissionalizante na USP. Dublei a professora do Bob Esponja.

- Sério? E foi bom o curso?

- Bom, era um curso de um dia só. Eu gostei. 

- Um dia só?

- É. E nem deu para aprender muita coisa, mas eu gostei.

- Peraí. Sua história começou com um curso profissionalizante na USP. Agora, você diz, praticamente, que esbarrou em um mendigo na rua, ele te pediu cigarro e você respondeu que não tinha imitando a voz da professora do Bob Esponja. Esse papo está estranho.

- "Olá, claaaaaasse. Hoje vamos aprendeeeeer matemááááááática."

- Foi isso que você falou na dublagem de professora do Bob Esponja?

- Não. Isso eu disse para o mendigo que me pediu cigarros. Na aula de dublagem, acho que fiquei envergonhado e não consegui falar nada.

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Colaborações involuntárias de Fábio Primo e Camila Pratti.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Gata Tatu, Cotia Não

- Sempre que minha gata quer entrar ou sair do quarto, ela fica arranhando a porta. Aí preciso levantar e abrir a porra da porta. É um inferno. Não aguento mais e não sei bem o que fazer.

- Você poderia deixá-la do lado de fora. E estaria resolvido o problema.

- Eu estava cogitando implantar polegares nela. Daí, ela não ficaria me estorvando. Abriria a maçaneta sem problemas enquanto eu fico na rede.

- Mas você pode deixá-la do lado de fora também. Isso seria bem mais prático.

- Sim. Mas a longo prazo, ela poderia aprender a usar os polegares para outras coisas. Como pegar o leite na geladeira. Daí, eu não teria que ficar levantando, abrindo a porta do quarto, na sequência, abrindo a porta da geladeira e, por fim,  colocando leite no pote.

- Acho que deixá-la do lado de fora seria uma boa solução para o problema da porta. Dar leite, entretanto, faz parte da tarefa de cuidar de animais de estimação.

- Se ela tivesse polegar, ela também poderia se depilar. Nesse calor, iria bem. E eu não ia precisar ficar depilando-a e cortando os bigodes.

- Você depila sua gata?

- Claro. Ela é menina. E não pega bem uma mocinha peluda zanzando por aí.

- A gata a que estamos nos referindo é um felino, certo? Não é uma garota que você chama de gata, de forma afetuosa?

- É gata mesmo. Do tipo felino. Além do que, com polegares, ela poderia trocar a própria caixa de areia, atender o telefone. Quem sabe, ela poderia até comprar pão. Tudo isso enquanto eu fico deitado na rede.

- Você não quuer um gato, quer uma empregada, correto?

- Eu queria um gato que fizesse as coisas sozinhas. Acho que implantando polegares, ela seria bem auto-suficiente. 

- Sugiro trocar seu gato, sem polegares mesmo, por uma empregada. Ou por uma tartaruga. Elas nunca arranham portas e não bebem leite.

- Nem a empregada nem a tartaruga beme leite ou arranha a porta?

- É.

- Hummm. Bom, vou tentar implantar os polegares. Se não der certo com o gato mesmo assim, aí a troco por uma empregada ou uma tartaruga.

- Troca? Troca com quem? Quem vai querer um raio de um gato com polegares?

- Algum caronista profissional bem preguiçoso, claro.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Post do Resenha em 6. Em várias linhas

- Eita!

- Oi?

- Mano, por que você tá em posição fetal?

- Tava ouvindo o disco "Romântica", da Mara Maravilha.

- E por que seus olhos estão lacrimenjando?

- Tava ouvindo o disco "Romântica", da Mara Maravilha.

- Esse tufo de cabelo aí no chão, é seu também, né?

- Hummm. Acho que... bem... Tava ouvindo o disco "Romântica", da Mara Maravilha.

- Rapaz... e você tá com umas olheiras incríveis. Será também por causa do disco?

- Ah, não, não. Resolvi passar lápis antes de sair de casa hoje, só para ver como ficava. Gostou?

- As lágrimas borraram um pouco. Mas acho que estava até que ok, considerando que você é homem. Olha, acho que, antes do choro e do disco, você estava aceitável.

- Maldita Mara Maravilha

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Deus e o Diabo na Terra dos Gêmeos

- Se eu tiver três filhos, vou dar uma religião para cada.

- Você deve ter um excelente motivo para isso.

- Ô se tenho. 

- E não tem a ver com experiências genéticas, pesquisas com humanos no lugar de camundongos e variantes?

- Não, não.

- Então explique.

- Eu sempre quis saber qual é a religião de Deus.

- Essa é fácil. Ele é ateu. 

- Como?

- Ele não acredita n´Ele?

- Acredita. Mas não se leva a sério. Semi ateu, então.

- E você tem provas disso?

- Não.

- Pois é. Eu queria uma prova da religião de Deus.

- Para?

- Estou ficando velho, sabe?

- Sei.

- Vou morrer logo mais.

- Mas você só tem 30 anos!

- Bom, o mundo anda cada vez mais violento, eu só como bobagens, sou sedentário e moro quase na divisa com Diadema. Não é bom dar sopa para o azar e já estou me preparando. 

- Certo. E o que isso tem a ver com seus três filhos e com a religião de Deus?

- Eu não tenho três filhos.

- Caso tivesse. 

- Ah, sim. Bom, vou morrer sabe Deus quando. E não quero ir para o Inferno. 

- Te conhecendo bem, acho que é tarde demais. 

- Pois é. Me conhecendo bem, acho que posso ir para no Inferno. Mas talvez tenha uma chance no Purgatório e, se meu plano der certo, talvez vá até para o Céu.

- Mas só se você tiver três filhos e der uma religião para cada. Certo?

- Certo! Já te falei essa minha teoria?

- Não, seu debilóide. É que você começou a conversa falando sobre isso.

- Ah, sim. Pois então. Aí, terei três filhos. Um educarei como católico. Outro, como evangélico. O terceiro, como espírita. 

- Não terá um judeu e um mulçumano?

- Não. Para se matar em casa, vai bastar eu e minha futura esposa. Além do que, se Deus é brasileiro, acho pouco provável que seja de alguma dessas duas aí.

- Sei.

- Daí, os criarei cada um com uma religião e observarei de perto o dia-a-dia de cada um por uns 20 anos. Ao final dessas duas décadas, examino quem está melhor no geral, em termos pessoais, profissionais e de time de futebol. Quando concluir quem se saiu melhor, eu me converto à religião dele.

- Você pretende escolher uma religião na base de uma gincana?

- Mais ou menos isso. Mas veja: os três filhos terão oportunidades iguais. Provavelmente, saúde semelhante. Herdarão os mesmos genes. O que os diferirá será mesmo a religião. Logo, só posso concluir que foi Deus quem tornou esse ou aquele melhor nos quesitos gerais. Posto isso, analisando tudo, por meio de matrizes, determinantes, logaritmos e outras marmotas do demônio, concluo qual a religião de Deus. Daí, me converto e, quando morrer, sendo da religião do Homem, tenho boa chance de me livrar do Inferno.

- Supondo que ao fim dos 20 anos os três filhos tenham rigosoamente a mesma renda familiar, esposas semelhantes, empregos que se valham, saúde nem tão boa e nem tão ruim. Você fará o que?

- Te darei os parabéns.

- Como assim?

- Nessas circunstâncias, concluo que Deus é ateu mesmo e paro de acreditar nele até morrer. E, nesse caso, meu caro, você já estará no céu. Ou onde quer que Deus queira te levar.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Hahahahaha

- E o Palmeirahahahahaahahahahahahas hein?

- O que tem o hahahahahahaha?

- Hahahahahaha.

- Hahahahahaha.

- Hahahahahaha.

- Hahahahahaha.

- Ai, ai. Agora perdeu a gra... hahahahaha.

- Hahahahaha.

- Hahahahaha.

- Ai. Dói a barriga. Agora acho que... hahahahaha.

- Hahahahaha.

- Hahahahaha.

- Então, já te falei que... hahahahaha.

- Hahahahaha.

- Hahahahaha.

- Hahahahaha.

-  E é melhor torcer pro Asa de Arapiraca não pintar na Copa do Brasil.

- "Aqui é papelão, meu filho!"

- Hahahahaha.

- Hahahahaha.

- Chega. Tô passando mal.

- Tá. Mas daí eu tava lendo que o Internacional quer contratar o Luxa para ganhar a Libertadores.

- O Luxa? Hahahahaha.

- Hahahahaha.

- Hahahahaha.

- Tô até chorando. 

- Isso porque você não é palmeiren... hahahahahaha.


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Luiz Lombardi, Leila Lopes e outros LLs

- Ontem foi o Lombardi. Hoje, a Leila Lopes. Percebeste alguma coincidência nisso?

-  Coincidência?

- É.

- Que morreram duas personalidades que já fizeram filme pornô?

- O Lombardi já fez filme pornô?

- Não sei. Estou chutando.

- Bom, para mim, a coincidência é que ambos começavam seus nomes com dois éles. Luiz Lombardi. Leila Lopes.

- Nesse caso, se eu fosse o Leão Lobo, estaria cagando de medo.

- E se eu fosse a Luma de Oliveira estaria dando graças a Deus pelo escrivão não ter errado e escrito na certidão Luma de Loliveira.

- A Lindsay Lohan deve estar morrendo de medo também. 

- Mas ela não deve estar sabendo das mortes.

- Só porque é americana e brasileiro é lixo para ela?

- Não, não. Porque, a essa hora, deve estar chapada demais para saber que está viva. Quanto mais, no planeta Terra.

- Pior é que tem um filme pornô como ela, não tem?

- Tem umas cenas de sexo aleatórias, meio softcore, espalhadas pela internet. Tem também um filme pornozão mesmo com uma sósia dela.

- Nossa mãe! Então isso só prova uma coisa.

- O quê? Que ela é a próxima da lista e que a Dona Morte está atrás de atores pornôs?

- Isso. E que o Lombardi deve ter feito algo do gênero em algum momento da carreira.

- É fato. E nunca ninguém descobriu porque nunca ninguém nunca tinha visto o Lombardi. É o crime perfeito.

- É o que eu sempre digo: ninguém narra tanto roletrando impunemente. Nesse mato tinha coelho e, quando a Dona Morte percebeu, já era. 

- Será que o Leão Lobo tem alguma sex tape por aí?

- Se tiver e a Morte a assistir, estamos todos salvos. Incluindo aí atores pornôs que comecem com LL

- Por quê? Ela não vai levar o Leão?

- Assistir uma sex tape do Leão Lobo deve ser demais até para a Morte. No mínimo, fica cega. No máximo, tem um AVC e só não morre porque ela mesma não vai ter condição de se levar por ter tido o AVC antes de beirar a ela mesma, ou melhor, a morte. Logo, ficará inutilizada para sempre e nunca, nunca mais, ninguém vai morrer. Haverá uma superpopulação no mundo e acabarão os mantimentos e tudo mais. A coisa ficará bem apertada, literalmente. Vai ser um inferno.

- Então quer dizer que o Leão Lobo será nosso salvador e, ao mesmo tempo, nosso algoz?

- Isso. 

- Credo. Espero muito que ele nunca se filme transando.

- Dois.

- ...

- Ou melhor, três.

- Três?

- É. Eu, você e a Dona Morte, que Deus não a tenha.

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Colaborou uma amiga do Juliano.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009