- Te falei que outro dia, enquanto eu tirava um cochilo no sofá da sala, acordei com um relincho?
- Agora, além de roncar como um porco, você também está relinchando dormindo?
- Não. O relincho não era meu. Acordei assustado, corri para a janela da frente e dei de cara com um cavalo andando na minha garagem.
- Bem feito. Não sei porque você tem uma garagem para três carros e vive estacionando do lado de fora.
- Preguiça de descer do carro, abrir o portão. Voltar para o carro, entrar com ele. Descer e fechar o portão. É tão mais prático descer, abrir o portão e entrar.
- E o que você fez com o cavalo?
- Nada. Voltei para o sofá e meia hora depois, quando fui ver se ele ainda estava lá, tinha se mandado.
- Aliás, como ele passou pelo portão.
- Eu o tinha deixado meio aberto. Fiquei com preguiça de fechar por inteiro da última vez que passei.
- Com essa preguiça toda, nnão era à toa que você estava dormindo no sofá. Deve ter ficado com preguiça de ir ao quarto.
- Exato. Mas a história com cavalos não termina aí. Acordei com o relincho, na semana passada, certo? Pois bem, hoje, estava vindo eu para o trabalho quando um senhor que ia passando me pergunta se eu havia visto dois cavalos soltos correndo por ali.
- Detalhe para DOIS, e não UM cavalo. Outro ponto a ser observado: eles estavam SOLTOS.
- Pois é. Achei muito estranho isso. Até conclui uma coisa.
- Que você é vizinho do Chico Bento?
- Não. Que devo jogar no bicho. No burro, já que não tem cavalo nesse jogo. Sabes onde tem uma banquinha por aqui?
- Tem uma descendo umas duas ruas, à leste.
- À leste? Ui!
- Vou ignorar seu comentário. Mas, se você for, aposta uns R$ 5 para mim na múmia de biquini.
- Como é?
- Já te falei que na minha rua tem uma senhora de uns oitenta anos que se veste como a Nana Gouvea quando está disposta?
- Acho que já. É uma espécie de mistura de biovéia com paquita erótica, não é?
- Pois é. É uma véia que tem o cabelo descolorido e devia ser bem feia quando era jovem. Agora, com oitenta anos e mostrando todas as carnes, está um pouco pior.
- Você a hostiliza quando a encontra na rua? Poderia chamar o pessoal da Unibam para te ajudar.
- Nada. Na primeira vez que vi, mesmo fazendo o sinal do mau olhado para me proteger, perdi o dom da fala por três dias. O da visão, por quatro. Depois de brotoejas, de manquitolar, de ter coceiras, perder peso e apetite, comecei me acostumar. Hoje em dia, não tenho efeitos colaterais quando a vejo.
- Sei.
- Bom, o fato é que encontrei essa senhora umas 5 vezes só essa semana. Acho que tá na hora de jogar no bicho também.
- Mas eu não acho que tenha múmia de biquini na tabela do jogo do bicho.
- Então improvisa lá. Joga R$ 5 na borboleta para mim.
- Borboleta?
- É. A véia tem uma borboleta azul tatuada na região da virilha.
- Nossa. Ela usa mesmo roupas provocantes, hein.
- Provocantes quando está com frio, meu chapa. E por esse dias, tá um calorão.
2 comentários:
Hilário!!!
HEuhuhauhuh ri mto, saiu uma lagriminha hahaha
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