- E esse esquema de médium, hein? Como é que funciona?
- Como assim "esquema médium"?
- Tipo o Chico Xavier, psicografia, essas coisas. Como é que funciona a parada?
- Ah. Acho que entendi a pergunta. Bom, se eu não estiver muito enganado, o caboclo senta em uma mesa, daí vem o espírito, sopra uns negócios na orelha dele e ele escreve.
- Que caboclo?
- O médium, pô.
- Ah. Mas esse tal espírito sopra esses negócios ou encarna no caboclo e escreve ele mesmo?
- Faz diferença?
- Acho que faz. Porque se ele somente soprar o que escrever e o médium for analfabeto, daí não adianta nada. Agora, se o fantasma encarnar no médium, daí sim a coisa funciona.
- Bom, acho que se o médium for analfabeto, ele pode terceirizar o serviço de escrita. Basta contratar um cara que saiba escrever. Daí, o espírito fala pro médium, que fala pro escrivão o que escrever.
- Mas isso daí vira um telefone sem fio dos diabos, hein. Imagina se o espírito manda escrever "em verdade vos digo"... no final sairia algo como "gosto muito de trigo".
- Por isso que médium pode ser analfabeto, mas tem que manter a orelha bem limpa.
- Mas pensando bem, eu acho que o espírito encarna no médium. Faz mais sentido e é bem mais fácil também. Basta entrar, tomar conta do corpo e beleza, manda bala.
- Mas e se o espírito for analfabeto, como faz?
- Daí é melhor soprar na orelha do médium.
- E se o médium também for?
- Daí ambos podem combinar de ir ao mobral juntos se alfabetizar, antes de começarem a tentar mandar mensagens positiva para todo mundo.
- É fato. Afinal, eles têm que dar o exemplo, né?
- Isso. E uma ação vale mais do que mil palavras, sendo elas psicografadas ou não.
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