- Vi o filme do Iron Maiden esse final de semana.
- Ah, já vi. Achei até que supreendentemente bom.
- Você tava bêbado?
- Tava. Como você sabe?
- Ah, porque eu também achei supreendentemente bom. E eu estava alcoolizado quando assisti.
- Será que se a gente assistir sóbrio vai achar ruim?
- E para a gente assistir sóbrio um filme que a gente já viu bêbado? Só faço isso com Simplemente Amor ou com qualquer filme do Hugh Grant, que nunca é demais ver.
- Eu só faço isso com The Commitments ou O Massacre da Serra Elétrica. Fora esses dois e mais qualquer filme com zumbi, me recuso a assistir mais de uma vez, sóbrio ou bêbado, qualquer coisa.
- Ah. A Pequena Sereia eu assisti 10 vezes. Uma sóbrio, duas bêbado, mais cinco hospitalizado, com a cabeça imobilizada, de frente para um TV com o DVD do filme.
- E as outras duas vezes?
- Nas duas vezes que assisti bêbado, eu estava tão mal que enxergava dobrado.
- Bom, mas voltando ao filme do Iron Maiden, além de achá-lo surpreendentemente bom, outra coisa me chamou a atenção.
- Já sei. Que, nas horas de folga, os integrantes da banda jogam golfe e tênis.
- Exatamente.
- Daí você ficou indignado que aquelas pessoas pulando no palco e clamando pelo capeta quando, acabam o show, viram velhinhos comuns, que andam de bermudas brancas e se comportam como idosos que praticam esportes?
- Exato. Eu achava que entre um show e outro eles sacrificassem carneiros ou molestassem sexualmente todo tipo de hortifutigranjeiros.
- Eu pensava de modo parecido. Eis que surge a questão: o que será que o pessoal do Slayer faz entre um show e outro?
- Ah, certeza que nas horas de folga vão à missa ou ministram palestras no Exército da Salvação.
- Aposto que o Marilyn Mason, quando não está no palco, está ajudando velhinhas a atravessar a rua ou praticando escotismo.
- Só pode. Já o Padre Marcelo, se não está cantando ou rezando missa, aposto que está em alguma rinha de galo, apostando nos bichinhos.
- Não tenho como duvidar disso. E o Roberto Carlos, assim que acaba o show, vai pros bastidores e deita e rola em todos os panos marrons que encontra. E fica falando "inferno", "mal" e outras coisas do tipo.
- Já o Maestro Júlio Medaglia se tranca no quarto e coloca, em alto e bom som, a discografia inteira dos Ratos de Porão.
- E o Cascão passa duas horas no banho. Enquanto isso o Cebolinha não erra uma letra "érre" em uqalquer coisa que diga.
- Mas esse mundo é mesmo das aparências, não?
- É o que eu acho. Por isso mesmo, me penteio desse jeito. Olha.
- Isso que você faz com seu cabelo é tão ridículo que, até hoje, eu sempre achei que você nunca houvesse penteado o cabelo. Agora me supreendeu.
- Viu? Mais uma prova de que o mundo é das aparências.
2 comentários:
Muito bom, Buchecha, muito bom.
o desenrolar da conversa foi muito bom!
Lid
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