quinta-feira, 19 de março de 2009

Redundâncias

- Existe uma cidade chamada Vitória da Conquista, não?

- Sim. É muito perto de Salvador, meio satélite. É como se fosse o ABC paulista em relação a São Paulo. - disse Nani.

- Eu estava pensando nesse nome: Vitória da Conquista. É redundante, não é? O que diabos vem a ser uma vitória de uma conquista?

- Rapaz, taí. Tem razão. É um nome bem redundante mesmo. O interessante é que o contrário, Fracasso da Derrota, não é redundante.

- Existe uma cidade com esse nome?

- Sei lá. Estou analisando do ponto de vista meramente semântico. 

- Certo. 

- O fracasso da derrota, no meu entendimento, é a vitória. Se a derrota fracassou, então ela foi vitoriosa. 

- O mais interessante é que o oposto de vitória da conquista é o fracasso da derrota que, por acaso, vem a ser a vitória. 

- Sim, mas uma vitória simples. Não uma vitória da conquista. 

- Acho que é o primeiro caso de antônimo que... peraí. A gente pode usar antônimo para uma expressão ou só vale se for para uma palavra?

- Acho que podemos usar para expressão. Pelo menos no nosso caso aqui da vitória da consquista.

- Pois bem, acho que é o primeiro caso de que antônimo que não existe a regra do vice-versa.

- Como assim?

- Ué, o contrário de vitória da conquista é fracasso da derrota. Mas o contrário de fracasso da derrota não é vitória da conquista, mas uma vitória simples, até meio chocha. 

- Chocha é uma palavra legal. É com xis ou com cê agá?

- Acho que com xis. Mas não é certeza. De qualquer forma, voltemos à vitória chocha. Não é interessante o vice-versa não funcionar nesse antônimo?

- É sim. Por que será, hein?

- Não sei, mas agora estou pensando em outras expressões, seus opostos e significados. 

- E mais: vitória da conquista pode ser redundante, mas também pode ser considerada uma hipérbole, eu acho. É uma super-ultra-vitória. 

- Qual o contrário de troco do trocado?

- R$ 100.

- R$ 100?

- É. Pensei em pagamento redondo em nota alta. Como não lembro de uma nota mais alta que de R$ 100, acho que ela é o oposto de troco do trocado.

- Cansaço da fadiga.

- O que tem?

- O oposto. Qual é o oposto?

- Não sei. Mas pelos meus cálculos, o significado não é nada bom.

- Como assim?

- Pensa em cansaço da fadiga. Se chegou no ponto que até a fadiga cansou, então fodeu. O significado é morte. Certeza.

-Unha do Dunha.

- O que significa?

- Não sei. Não tem a ver com o assunto. É que eu gosto muito de falar Unha do Dunha. Faz um barulhinho agradável na boca. Unha do Dunha. Repete.

- Unha do Dunha.

- E aí?

- Gostei. 

- Agora repete exaustivamente até as palavras perderem o sentido completamente. Isso é legal também.

- Unha do Dunha, Unha do Dunha, Unha do Dunha, Unha do Dunha, Unha do Dunha, Unha do Dunha, Unha do Dunha, Unha do Dunha, Unha do Dunha, Unha do Dunha.

- E aí, perderam?

- Se a gente considerar que Unha do Dunha não faz qualquer sentido, podia ter falado somente uma vez.

- E por que não o fez?

- Porque é gostoso mesmo falar essa porra. Unha do Dunha.

Um comentário:

Projeto Geografia UEMG EEMJO disse...

eu gosto de :
ui roubaram a muié do rui!

é um eufemismo da minha mãe, ela é cheia disso!

mas gosto do nhéfô, como smepre!

um beijo!