sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Post de Sexta-Feira

- Eu trabalho no segundo andar de um prédio comercial.

- Eu sei. Estou do seu lado. Aliás, quem era ali na porta?

- Pois então, era isso que eu dizer. Estava introduzindo o assunto. 

- Tá.

- Então, como diabos bateu na porta um vendedor de sabonete?

- Era isso que o rapaz queria? Achei que tivesse procurando o urologista de novo.

- Nada. Você não percebeu que eu demorei?

- Não percebi. Estava entretido com uma questão trivial. Você já reparou que não pisamos mais em tachinhas?

- Como é?

- Ah, quando éramos crianças ou adolescentes, vivíamos chegando em casa com tachinha na sola do sapato. Hoje em dia, não tem mais isso. 

- E você também não chega mais em casa sujo de giz, aposto.

- Como você sabe?

- Porque você, e eu, e as pessoas da nossa idade, não estão mais na escola. Por isso não pisamos mais em tachinha. Posso terminar a história do sabonete?

- Pode. 

- Então, aí o cara bateu na porta, falou que tava visitando todas as salas do prédio, oferecendo sabonete líquido. Falou por quase 15 minutos sem parar. Muito esquisito. Sei que no final das comprei o diabo do sabonete. 

- Comprou?

- Sim. E logo três. Tava na promoção. 

- Nunca tinha visto isso. Outra coisa que nunca vi foi venderem cigarro em farol. Se alguém pensasse nisso, ficaria rico. Já vi venderem água, jornal, até mesmo boia e globo terrestre. Mas nunca, nunquinha, cigarro. E olha, nego fumante que tá dirigindo e tá desesperado por cigarro, paga até R$ 10 por um cigarrinho.

- Maço, você quer dizer.

- Não. Um cigarrinho mesmo. Esse povo é viciado! Viciado é assim: se pans, deixam até o carro em troca de uma baforada. 

- Nossa. Acho que vou investir nisso então. Mas antes, vou lavar as mãos. Quero estrear minhas novas aquisições. 

- Pode até beber o sabonete, de tanto que você comprou.

- Aliás, falando em mãos, outro dia vindo para cá passei na frente de uma casa com os dizeres: "não temos campainha, chame pelo nome". Achei um absurdo. 

- O quê?

- Ué, e se a pessoa estiver rouca ou for muda? Como que faz?

- Ah, bate palma.

- E se for rouca, muda e maneta?

- Pô mas se ela for rouca, muda ou maneta, nem a campainha ia ajudar. Como ela ia tocar?

- Ah, mas aí já não é problema do dono da casa. Ele fez a parte dele e colocou a campainha ali.

- Sei.

- Qualquer dia, vou parar lá e chamar o dono da casa e falar umas verdades para ele. 

- E como você vai chamar, se ele não tem campainha.

- Sei lá. Pensei em chamar pelo nome.

- E você o conhece?

- Não. Mas poderia ir chutando todos os nomes do Brasil até acertar. 

- Boa. Mas como são muitos, você pode ficar rouco antes.

- É. Mas posso levar uma pedra. Quando tiver enrouquecendo, taco uma pedra na casa e beleza. Alguém sai para ver quem é e você fala as suas verdades.

- Hummm.

- Ou, melhor. 

- O quê?

- O vendedor de sabonete já se foi?

- Já.

- Pena. Você podia contratá-lo. Se ele entrou aqui e está vendendo coisas de porta em porta, é batata que ia dar um jeito de ser atendido nessa casa.


Um comentário:

Olívia disse...

Simplesmente
SEN - SA - CI - O - NAL!!!

Vcs são fo...

Adoreiiii...

Esse é um dos melhores que li no quesito: embromation que não leva a nada!!!
hahahahaahahah

Mto mto mto bom

Vcs estão de parabéns!