quarta-feira, 17 de março de 2010

Um estranho ponto de vista etíope sobre o caso Adriano e Vágner Love

- Quem inventou o jogo da velha?

- Bom, pelo nome, desconfio que tenha sido uma velha. E, por ser um jogo tão debilóide, acredito que era uma velha senil, senil. Pô, uns nove quadrados para serem preenchidos com xis e bola e que dão poucas combinações não pode ser coisa de gente com 100% centrada.

- E esse tal de Chatroulette. Você sabe quem inventou? Ou melhor, o que é?

- É um site que você entra e aparece uma webcam. Você liga a sua e te colocam aleatoriamente pra bater papo com quem aparece.

- Que cousa!

- Mas a proporção é de 20 homens pra cada rapaz. E como é aleatorio, aparece nego pelado, traçando uma cabra ou uma melância, essas coisas.

- A putaria é liberada, então?

- Não precisa de cadastro, nada. Só acessar.

 - E essa coisa tá na moda, procede?

- Parece que sim. Tanto que li a respeito na Istoé. E se chegou na Istoé, até em Pirituba já chegou.

- Até em Perus, se bobear.

- Na Febem de Franco da Rocha não se fala em outra coisa.

- Até em Ermelino Matarazzo a rapeize tá na área, aposto.

- Tudo com a piroca de fora, esperando as chuchucas.

- Nem preciso dizer que em Perus, o peru fica o tempo todo aparecendo no Chatoulette.

- Não precisaria dizer. Mas já que disse...

- Se o Adriano fica sabendo do esquema, aí acabaram as festas com Jumento e Anão. Só Chatroulette daqui para a frente.

- Você viu ele no Fantástico, no domingo?

- Não. Eu estou acompanhando mais de perto o caso Vagner Love.

- Esse negócio do Vagner Love ainda não vi, preciso ir atrás

- Não me interessou o fato dele ser escoltado por nego armado. E, nem tanto, por ter neguinho com uma bazuca na favela. Mas o que me chamou a atenção mesmo foi que, pelas fotos, deram a bazuca pro rapaz mais fraco. Ele sofre pra carregar aquilo. 

- Porra, favela!

- Ou melhor, porra, comunidade menos favorecida! 

- Quer dizer que deram a bazuca pro único traficante que veio da Etiópia na favela? 

- Exato. Deviam dar prum cara mais bem alimentado. A dificuldade com que ele carrega aquilo da dó. E eu achei que nunca fosse ficar com dó de um cara com uma bazuca.

- Aposto que os lança-chamas deles dão pra um cego operar.

- Porra, mas, pensando bem, bem feito pra esse filho da puta. Ninguém é obrigado a carregar bazuca.

- Não fala bobagem. Ele é etíope. Não sabe que tem escolha.

- Quem te falou que os etíopes são burros a esse ponto? Tem no YouTube?

- Eu não disse que são burros. É que na Etiópia o pessoal vive ao sabor do vento, sem escolher nada. Quando deram a bazuca na mao dele, ele pegou e ficou com ela.

- Esse é o estudo antropológico mais profundo que já ouvi sobre a Etiópia.

- É como seu sempre digo, quer saber sobre a Etiópia, vem comigo. 

- Hahahaha.

- Não parece, mas sou letrado em certas coisas. Agora, com licença que vou ali rezar para São Patrício e só volto na sexta.

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Como já está virando tradição, colaboração, de novo, da @vannmarques.


Um comentário:

Victor Ribeiro disse...

Eu sinto saudades do tempo em que blogs eram textos escritos pelo seus autores, como este. Atualmente os blogs não passasm de fotos e vídeos angariados internet à fora. =(