- Já ouviu falar no Problema de Monty Hall?
- Não me lembro.
- É uma questão de probabilidade meio que simples.
- Não tem matriz, determinante, log e nem multiplicação?
- Não muito.
- Me fale mais a respeito.
- O problema surgiu em um programa americano, uma espécie de Porta dos Desesperados, do Sérgio Mallandro.
- Ou da Porta da Esperança, do Silvio Santos?
- Não. Está mais para a Porta dos Desesperados mesmo. Imagine que há três portas. Dentro delas, há um prêmio de valor alto, como um carro. Nas outras duas, porcarias, como uma cabra e um sujeito fantasiado de gorila. Você deve acertar a porta que tem o melhor prêmio. Só que, ao escolher uma porta, o apresentador vai em uma que ele sabe que não tem o prêmio e não é a que você escolheu e a abre, mostrando que o prêmio não está lá. E pergunta se você quer mudar sua escolha. Agora, são só duas portas. Você mudaria?
- Não.
- Mas aí é que está. Pela probabilidade, agora você teria mais chance de ganhar o carro se mudasse de porta.
- Mas eu não quero um carro. Esqueceu que minha carteira foi cassada? Eu queria mesmo era a fantasia de gorila.
- Eu não sei se eles liberam a fantasia de gorila.
- Eu me contentaria com a cabra.
- Mas mesmo assim. Supondo que eles liberem os outros prêmios, eu acho que a cabra, tudo bem, você pode levar para casa. No caso da fantasia, teria que levar o cidadão vestido de gorila. O prêmio é o cara de gorila. Nem uma ocisa nem outra. E, uma vez em casa, você que o convencesse a tirar a roupa.
- Ah, mas isso seria fácil. Se eu o ganhei, ele é meu. Meu escravo. Bastaria ordenar a tirar a roupa.
- Não sei. Pensando bem, você ganhou um cidadão vestido de gorila. A partir do momento que pedisse para tirar a roupa, ele não seria mais um cidadão vestido de gorila e você perderia o poder sobre ele. Ele estaria livre para partir.
- E deixaria a fantasia para trás?
- Duvido. Essa gente que se fantasia profissionalmente e se esconde atrás de portas se apega muito às vestes. Você ia ficar com uma mão na frente e outra atrás.
- Será que se eu fizer um café e usar água com gás no lugar de água torneiral, a coisa fica boa?
- Sei lá. Mas deixe-me voltar ao problema do Monty Hall. Acabo de ler que fizeram um pesquisa com pombos e eles são melhores nesse jogo do que a gente. Eles sempre mudam de opção, quando das opções, de três, mudam para duas. A cada 10 jogos no estilo Monty Hall, oito vezes quem muda de porta ganha. E os pombos fazem isso sabe Deus como.
- Aí, sim, fomos surpreendidos novamente.
- E não é?
- A porra dos pombos são foda. E pensar que uma vez atropelei um. Mas foi sem querer, obviamente. É certeza que matei um pequeno Einstein.
- Ele deve ter calculado erroneamente as probabilidades de atravessar a rua sem ser atropelado. Ou calculou bem demais e era um suicida.
- Deve ter pensando "chance de ser atropelado se atravessar voando: 0%. Chance de ser atropelado de ser atropelado se atravessar andando: 100%. Agora, preciso provar minha teoria."
- Exato. Foi voando. Ok. Voltou andando, morreu. Se sacrificou pela sua ciência.
- Os pombos são mesmo uns abnegados.
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De novo, colaboração da @vannmarques.
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