- Que mundo é esse em que as pessoas roubam aparelhos de medir pressão à luz do dia?
- Como?
- Acabo de ver uma mulher que roubou um aparelho de medir pressão.
- Olha, essa é uma dúvida que sempre tive. Como chama isso?
- Crime.
- Não, não o roubo. O aparelho de medir pressão. Qual é o nome disso?
- Eu chamo de aparelho de medir pressão. E acho que todo mundo chama de aparelho de medir pressão. Mas você pode chamar do que quiser. Caneta, panela, sabonete, vesícula. Ele não vai atender mesmo.
- Ô, idiota, queria saber se tem algum termo técnico para ele.
- Tem. É "aparelho de medir pressão".
- Já vi que empacamos nessa conversa.
- Por falar em empacar, outro dia vi uma vaca móvel solta no meio da Anchieta. Que perigo, não?
- O que é uma vaca móvel?
- É um bicho que muge e dá leite.
- Eu sei o que é uma vaca. Não entendi o móvel.
- Ah, é móvel porque ela estava andando de um lado para o outro na Anchieta.
- Não podia simplesmente falar vaca?
- Poderia. Mas aí pairaria no ar a dúvida se ela era móvel ou estática. Quis ser específico, não gosto de discursos dúbios.
- Mas gosta de discursos débeis.
- Não vem com ofensa. Eu já estou todo assustado e você me vem com desdém...
- Assustado por...
- Porque vi uma mulher que roubou um aparelho de pressão à luz do dia.
- Como foi isso?
- Estava vindo para cá e cruzei com uma mulher com o aparelho de pressão preso no braço. Ela andava calmamente. Achei que ela ou alguma enfermeira tivesse esquecido de tirar e fui avisar.
- E ela?
- Ela disse "ah, não foi esquecimento. Eu roubei ali daquela clínica. Como não cabia na bolsa, resolvi colocar no braço e sair assobiando".
- Que ladra!
- E era uma ladra móvel. Andava apressada como ninguém.
- Ela andava com pressa? Ou com pressão?
- Ai, ai. Vou ali tomar um copo d´água para me acalmar.
- Nervoso por conta do roubo?
- Não, essas suas piadinhas que me tiram do sério.
Um comentário:
esfignomanômetro é o nome do medidor de pressão arterial...
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